Ultimamente, tem-se ouvido muito sobre o tal “Mounjaro de pobre. O termo tem ganhado força, especialmente nas redes sociais, por dar a entender que há uma opção mais acessível ao famoso remédio para perda de peso, o Mounjaro. Mas será que isso procede? Será que existe mesmo uma alternativa eficaz, barata e natural? Ou será que estamos diante de uma ilusão?
Neste texto, vamos explicar o que é o Mounjaro de verdade, qual a sua utilidade, qual o seu preço e se é necessária receita para comprá-lo. Em seguida, vamos abordar as alternativas naturais que muita gente tem chamado de “versão econômica” do Mounjaro — como o psyllium, por exemplo. Por último, vamos mostrar por que é crucial entender as diferenças entre medicamentos testados e alternativas naturais.
1. O que é o verdadeiro Mounjaro?
O Mounjaro é um medicamento injetável usado primordialmente no tratamento do diabetes tipo 2. Sua fórmula contém a substância ativa tirzepatida, que atua em dois hormônios cruciais do nosso organismo: o GLP-1 e o GIP. Tais hormônios auxiliam no controle do açúcar no sangue e também atenuam o apetite.
Ainda que tenha sido aprovado inicialmente para diabetes, os médicos notaram que pacientes tratados com Mounjaro também estavam emagrecendo. Por isso, ele passou a ser estudado também para controle do peso.
De fato, uma pesquisa divulgada no New England Journal of Medicine, conduzida por pesquisadores da Universidade Yale, evidenciou que pessoas obesas que usaram Mounjaro perderam, em média, mais de 20% do peso corporal em 72 semanas — um resultado notável. Contudo, é vital ressaltar que o estudo foi feito com acompanhamento médico rigoroso.
2. Mounjaro precisa de receita médica?
Sim, a compra do Mounjaro só é possível com receita médica. Isso se deve ao fato de ser um remédio potente, com ação direta em processos hormonais. Em outras palavras, não se trata de um suplemento e muito menos de um produto natural. Seu uso sem acompanhamento pode acarretar efeitos colaterais sérios, como enjoos, vômitos, diarreia, prisão de ventre e até risco de inflamação no pâncreas.
Ademais, por ser um injetável, sua utilização requer cuidado com a aplicação. Portanto, não é um produto para ser usado por conta própria.
3. Qual o valor do Mounjaro?
Ademais, por ser um injetável, sua utilização requer cuidado com a aplicação. Portanto, não é um produto para ser usado por conta própria.
O preço do Mounjaro é um dos principais fatores que levam as pessoas a procurarem alternativas. Em 2025, o custo do medicamento no Brasil pode variar entre R$ 1.000 e R$ 1.500 por mês, conforme a dosagem e a farmácia. Esse valor é alto e, infelizmente, não é coberto pelos planos de saúde na maioria dos casos.
Justamente por isso, surgiu o apelido “Mounjaro de pobre” — uma forma popular de se referir a alternativas naturais mais baratas que prometem resultados semelhantes.
4. O que é o “Mounjaro de pobre”?
A expressão “Mounjaro de pobre” costuma ser usada para descrever produtos como psyllium, berinjela em pó, chá de hibisco, vinagre de maçã, entre outros. Essas alternativas são naturais e muito mais baratas. Por exemplo, um pacote de psyllium pode custar menos de R$ 30 e render várias doses.
No entanto, é preciso deixar claro que esses produtos não são equivalentes ao Mounjaro. Eles agem de forma diferente no corpo e, embora possam ajudar, não têm a mesma eficácia comprovada.
5. O que é o psyllium e como ele age?
Entre as opções mais faladas como “Mounjaro de pobre”, o psyllium se destaca. Ele é uma fibra natural retirada da casca da semente da planta Plantago ovata. Quando misturado com água, o psyllium forma um gel que aumenta de volume no estômago. Isso pode gerar sensação de saciedade, ou seja, você se sente cheio por mais tempo.
Como resultado, a pessoa pode acabar comendo menos ao longo do dia, o que ajuda no controle de peso. Além disso, o psyllium também ajuda a regular o intestino e reduzir o colesterol.
Apesar disso, é importante entender que:
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Ele não age nos hormônios do apetite, como faz o Mounjaro;
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Ele não tem estudos científicos tão profundos quanto os dos medicamentos;
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Ele não substitui um tratamento médico em casos de obesidade severa ou diabetes.
Ou seja, o psyllium pode ajudar sim, mas dentro de um estilo de vida equilibrado, com boa alimentação e atividade física.
6. As diferenças entre medicamento e alternativa natural
Muitas pessoas acreditam que, por ser natural, um produto é automaticamente seguro e eficaz. No entanto, isso nem sempre é verdade. A principal diferença entre o Mounjaro e as alternativas como o psyllium está na comprovação científica.
O Mounjaro passou por anos de pesquisas clínicas, testes de segurança, aprovações por agências reguladoras como a FDA nos EUA e a Anvisa no Brasil. Ele tem resultados mensuráveis, efeitos esperados e controle de possíveis reações adversas.
Por outro lado, alternativas naturais como psyllium não precisam passar pelos mesmos testes rigorosos. Isso não significa que são ruins, mas sim que não podemos garantir os mesmos efeitos com segurança e precisão.
Além disso, vale lembrar que o uso incorreto de produtos naturais também pode causar problemas. Exagerar no consumo de fibras, por exemplo, pode gerar desconforto abdominal, gases e até prisão de ventre, se não houver ingestão adequada de água.
7. Vale a pena usar o “Mounjaro de pobre”?
Depende do seu objetivo e da sua condição de saúde. Se você busca apenas uma ajuda natural para controlar a fome e melhorar a digestão, o psyllium pode sim ser uma boa alternativa. Mas se você tem obesidade diagnosticada, resistência à insulina ou diabetes tipo 2, o ideal é consultar um médico endocrinologista.
Além disso, o emagrecimento saudável não depende de um produto milagroso, seja caro ou barato. Ele vem da combinação de:
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Alimentação equilibrada e rica em nutrientes;
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Déficit calórico, ou seja, comer menos calorias do que se gasta;
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Atividade física regular, mesmo que leve, como caminhadas;
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Sono de qualidade e controle do estresse.
Ou seja, o segredo para perder peso com saúde está no equilíbrio e na constância.
8. O que dizem os especialistas?
A Universidade Harvard publicou um estudo afirmando que intervenções baseadas em estilo de vida (como dieta e exercício) ainda são a base do tratamento para obesidade, mesmo com o avanço de medicamentos modernos como o Mounjaro. Além disso, o estudo destaca que alternativas naturais podem ser úteis, mas devem ser vistas como parte de um plano maior, e não como substitutas totais de medicamentos em casos graves.
9. Informação é saúde
O termo “Mounjaro de pobre” pode parecer engraçado, mas esconde uma verdade importante: muitas pessoas querem cuidar da saúde, mas não têm acesso fácil a medicamentos caros. No entanto, buscar soluções alternativas não deve significar cair em promessas milagrosas.
Tanto o Mounjaro quanto o psyllium podem ter seu lugar, desde que usados com consciência. Por isso, sempre que possível, consulte um profissional da saúde. Afinal, emagrecer com saúde é um processo, não uma corrida.
Portanto, antes de seguir qualquer dica da internet, pergunte-se: isso tem base científica? É seguro para mim? E, mais importante, isso faz parte de um plano de vida saudável?
A resposta está na informação — e em escolhas feitas com responsabilidade.