Multivitamínicos: Para Que Servem, Quando Usar e Por Que Fazer Exames Antes de Tomar
Você já pensou em tomar multivitamínicos para melhorar sua saúde? Talvez você tenha visto um comercial, ouvido alguém recomendar ou encontrado na farmácia um frasco prometendo mais disposição e imunidade. Mas será que todo mundo precisa tomar? Será que eles realmente funcionam? E o mais importante: eles substituem uma alimentação equilibrada?
Neste artigo, você vai entender de forma simples e objetiva o que são os multivitamínicos, para que servem, quais vitaminas e minerais eles contêm, onde encontrá-los nos alimentos e por que é essencial fazer um exame de sangue antes de começar a suplementar.
Multivitamínicos: o que é?
Multivitamínicos são suplementos que combinam diversas vitaminas e minerais em um único comprimido ou cápsula. Eles foram criados para prevenir ou corrigir deficiências nutricionais, especialmente em pessoas que não conseguem absorver todos os nutrientes que precisam através da alimentação diária.
De acordo com a Harvard T.H. Chan School of Public Health, multivitamínicos podem ser úteis para adultos com dietas pouco variadas, idosos e pessoas com restrições alimentares. No entanto, a própria universidade ressalta que eles não devem substituir uma alimentação saudável, pois os alimentos oferecem muito mais do que vitaminas isoladas.
Multivitamínico não é substituto de alimentação
Embora os multivitamínicos possam ajudar em situações específicas, eles não são uma solução mágica. Os alimentos naturais oferecem fibras, antioxidantes e outros compostos essenciais para o bom funcionamento do organismo, que não estão presentes em cápsulas.
Além disso, o corpo absorve melhor as vitaminas quando elas vêm dos alimentos. Ao contrário dos suplementos, os alimentos também reduzem o risco de consumo excessivo de determinadas vitaminas, o que pode causar efeitos colaterais.
Quais vitaminas e minerais os multivitamínicos contêm?
A maioria dos multivitamínicos disponíveis no mercado inclui:
Vitaminas do complexo B
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B1 (tiamina) – 1,2 mg
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B2 (riboflavina) – 1,3 mg
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B3 (niacina) – 16 mg
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B5 (ácido pantotênico) – 5 mg
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B6 – 1,3 mg
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B7 (biotina) – 30 mcg
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B9 (ácido fólico) – 400 mcg
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B12 – 2,4 mcg
Outras vitaminas
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Vitamina A – 900 mcg
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Vitamina C – 90 mg
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Vitamina D – 15 mcg (600 UI)
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Vitamina E – 15 mg
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Vitamina K – 120 mcg
Minerais comuns
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Ferro – 8 mg
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Zinco – 11 mg
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Cálcio – 200 a 300 mg
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Magnésio – 100 mg
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Selênio – 55 mcg
Em quais alimentos encontrar as vitaminas presentes nos multivitamínicos?
Sem dúvida, uma alimentação balanceada continua sendo a forma mais segura e eficaz de obter todos os nutrientes que o corpo precisa. Por isso, para facilitar seu dia a dia e ajudar nas escolhas alimentares, listamos a seguir uma variedade de alimentos ricos em cada vitamina e mineral essencial, indispensáveis para o bom funcionamento do organismo.
Vitaminas do Complexo B
Vale destacar que essas vitaminas são fundamentais para o metabolismo, a saúde do cérebro e a produção de energia. Além disso, elas estão amplamente distribuídas em diversos alimentos do dia a dia, o que facilita a sua inclusão em uma alimentação equilibrada.
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Carnes magras como por exemplo frango, peru e patinho
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Miúdos, como por exemplo fígado de boi e de galinha
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Ovos inteiros, especialmente a gema
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Levedura nutricional e levedura de cerveja
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Grãos integrais, como por exemplo aveia, arroz integral, trigo e centeio
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Leguminosas, como por exemplo feijão, lentilha, grão-de-bico e ervilha
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Vegetais folhosos, como por exemplo espinafre, couve, escarola e acelga
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Frutas, como por exemplo banana, abacate e laranja
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Nozes e sementes, como por exemplo sementes de girassol, castanha de caju e amendoim
Vitamina A
Além de ser indispensável para a saúde como um todo, a vitamina A é especialmente essencial para manter a visão em bom estado, proteger a pele e fortalecer o sistema imunológico.
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Vegetais alaranjados, como por exemplo cenoura, abóbora, batata-doce, manga e mamão
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Vegetais verdes escuros, como por exemplo espinafre, couve, agrião e brócolis
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Fígado de boi ou de frango (altamente concentrado)
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Leite integral e derivados como por exemplo manteiga e queijo
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Gema de ovo
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Peixes gordos, como por exemplo atum e salmão
Vitamina C
Conhecida por fortalecer a imunidade e melhorar a absorção de ferro:
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Frutas cítricas, como por exemplo laranja, acerola, limão, tangerina e kiwi
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Frutas vermelhas, como por exemplo morango, amora, framboesa e goiaba
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Pimentões, especialmente o vermelho e o amarelo
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Brócolis, couve-flor e repolho
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Tomate cru
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Salsinha fresca
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Caju e abacaxi
Vitamina D
Importante para a absorção de cálcio e fortalecimento dos ossos:
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Exposição solar diária (10 a 20 minutos) sem filtro solar em partes do corpo como braços e pernas
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Peixes gordurosos, como salmão, sardinha, cavala e atum
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Gema de ovo
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Fígado de boi
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Leite e iogurtes fortificados com vitamina D
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Cogumelos expostos ao sol, como o shimeji e o portobello
Vitamina E
Potente antioxidante, protege as células contra danos:
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Oleaginosas, como amêndoas, nozes, castanha-do-pará e castanha-de-caju
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Sementes, como girassol, gergelim e linhaça
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Óleos vegetais, como óleo de girassol, óleo de gérmen de trigo e óleo de oliva
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Abacate
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Espinafre, couve e acelga
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Peixes como por exemplo truta e salmão
Vitamina K
Importante para a coagulação do sangue e a saúde óssea:
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Verduras verdes escuras, como couve, espinafre, rúcula, alface, brócolis e agrião
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Repolho e nabo
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Pepino com casca
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Chá-verde e chá-preto
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Fígado e gema de ovo
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Kiwi, uvas e abacate
Minerais Essenciais
Ferro
Previne a anemia e melhora o transporte de oxigênio no sangue:
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Carnes vermelhas (boi, cordeiro) e vísceras como fígado
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Frango e peixe
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Feijão, lentilha, grão-de-bico e soja
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Vegetais verdes escuros, como couve e espinafre
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Tofu e cereais fortificados
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Beterraba e semente de abóbora
Cálcio
Fortalece ossos e dentes, além de ajudar na contração muscular:
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Leite, iogurte e queijos
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Vegetais verdes escuros, como couve e brócolis
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Tofu, gergelim e tahine
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Sardinha e salmão com espinha
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Amêndoas e figo seco
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Leites vegetais fortificados (como de amêndoa ou soja)
Zinco
Importante para a imunidade, cicatrização e funções hormonais:
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Carnes vermelhas, frango e frutos do mar (especialmente ostras)
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Leite e derivados
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Feijão, grão-de-bico e lentilha
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Castanhas, amêndoas, semente de abóbora e amendoim
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Cereais integrais e ovos
Selênio
Atua como antioxidante e protege as células:
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Castanha-do-pará (uma unidade por dia já é suficiente)
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Peixes como atum e sardinha
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Frango, ovo e cogumelos
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Sementes de girassol e arroz integral
Magnésio
Essencial para mais de 300 funções no corpo, incluindo músculos e sistema nervoso:
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Banana, abacate e figo
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Aveia, arroz integral e milho
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Sementes de abóbora, chia e linhaça
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Amêndoas, castanhas e nozes
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Espinafre, beterraba e couve
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Chocolate amargo (acima de 70%)
Sintomas de deficiência de vitaminas e minerais
Cada vitamina tem um papel específico no corpo. Portanto, quando alguma está em falta, o organismo começa a dar sinais. Então, veja os principais sintomas:
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Vitamina A: dificuldade para enxergar no escuro, pele seca
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Vitamina B1: cansaço, perda de apetite
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Vitamina B12: formigamento nas mãos e pés, anemia
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Vitamina C: gengivas sangrando, baixa imunidade
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Vitamina D: dores nos ossos, fraqueza muscular
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Vitamina E: dificuldade de coordenação motora
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Vitamina K: sangramentos excessivos
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Ferro: palidez, fadiga
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Zinco: unhas fracas, queda de cabelo
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Magnésio: câimbras, irritabilidade
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Cálcio: espasmos musculares, unhas quebradiças
Por que fazer exame de sangue antes de tomar multivitamínicos?
Antes de iniciar qualquer tipo de suplementação, é absolutamente fundamental realizar um exame de sangue. Afinal, somente por meio desse exame é possível identificar com precisão quais vitaminas e minerais estão realmente em falta no seu organismo. Com isso, evita-se o risco de tomar suplementos de forma desnecessária, o que, por sua vez, pode acabar sobrecarregando órgãos importantes como o fígado e os rins. Além disso, o uso inadequado pode provocar efeitos colaterais e reações indesejadas que comprometem sua saúde.
É importante lembrar que, embora o cansaço seja um sintoma comum, nem sempre ele está diretamente relacionado à falta de vitaminas. Em muitos casos, ele pode estar ligado a outros fatores, como estresse, distúrbios hormonais ou até problemas mais sérios de saúde. Por esse motivo, o acompanhamento com um profissional da área da saúde — seja um médico ou um nutricionista — é essencial para garantir um diagnóstico correto e um plano de cuidados realmente eficaz.
Conclusão: multivitamínico é apoio, não solução
Os multivitamínicos, quando utilizados com responsabilidade, podem sim se tornar grandes aliados da saúde. De fato, eles são especialmente úteis em situações específicas, como nos casos em que há deficiências nutricionais comprovadas, em dietas muito restritivas ou ainda em determinadas fases da vida — principalmente na terceira idade, quando o corpo exige um suporte nutricional maior.
Por outro lado, é importante destacar que o caminho mais seguro, eficaz e duradouro para manter a saúde em dia continua sendo a adoção de uma alimentação equilibrada e variada. Isso inclui, por exemplo, o consumo regular de frutas, legumes, cereais integrais, carnes magras e laticínios, que juntos fornecem os nutrientes essenciais de forma natural e mais facilmente absorvida pelo organismo.
Portanto, os suplementos devem ser vistos apenas como um complemento à alimentação, e jamais como um substituto de refeições completas e nutritivas. Além disso, antes de iniciar o uso de qualquer multivitamínico, é indispensável buscar orientação profissional qualificada e realizar os exames necessários para identificar as reais necessidades do seu corpo.
Em resumo, cuidar da saúde exige atenção, responsabilidade e, acima de tudo, informação confiável. Sendo assim, informar-se antes de tomar decisões e contar com a ajuda de profissionais é sempre o melhor caminho.